O mundo se rende a elas

O carnaval tem uma raiz cultural muito forte, tanto que nem se discute mais o fato de que o ano novo no Brasil só começa após a quarta-feira de cinzas.

Com o passar dos anos, a festa que acontecia nas ruas, com blocos divertidíssimos e sem fins lucrativos se tornou uma espécie de empresa que trabalha o ano todo, seja nas escolas de samba, ou nas agitadas e bem organizadas festas que acontecem nos camarotes de Olinda e de Salvador.

Para milhares de brasileiros, a época é sinônimo de diversão, mas para outros representa lucro e geração de renda. Afinal, essa data do calendário interfere na economia de todo o país, movimentando milhões de reais por ano. O Rio de Janeiro, segundo a Riotur, movimenta nada menos que R$ 1 bilhão a cada carnaval. Em São Paulo, essa cifra não é diferente, pois, anualmente são feitos investimentos de aproximadamente R$ 80 milhões, que envolvem patrocinadores e direitos de transmissão pela TV.

O carnaval acaba sendo também uma fonte geradora de empregos diretos e indiretos – no setor de turismo, em hotéis, pousadas, restaurantes, vestuário, entre outros – e também informais, como o trabalho dos camelôs e suas vans que são verdadeiras lanchonetes ambulantes, nas confecções de fantasias em barracões, entre outros.

O ponto máximo do carnaval é o desfile das escolas de samba. Pessoas do mundo todo viajam para o Brasil para assistir a esse momento mágico.

Após os desfiles vem a apuração, momento tenso em que será decidido qual será a escola campeã. Pessoas matam e morrem nesse momento.

Esse ano as escolas campeãs do Rio e de São Paulo tinham uma particularidade: mulheres na presidência. Regina Duran presidente da Acadêmicos do Salgueiro, e Solange Bichara Rezende, presidente da Mocidade Alegre.

Até poucos anos, as mulheres serviam somente para enfeitar as avenidas com seus belos corpos quase sem roupa, mas elas deram a volta por cima e provaram seu valor, chegaram ao cargo máximo de uma escola de samba.

Imagine a complexidade que é administrar uma empresa como uma escola de samba. Contratar pessoal, administrar as finanças, aprovação de enredo, blocos, carro alegórico, fantasia, e o que em minha opinião é o mais difícil, gerenciar o ego das estrelas que querem ser destaques nessas escolas. Somente uma mulher conseguiria fazer tanto sem causar nenhum stress. Quando colheram os feed-backs dos diretores dessas duas escolas campeãs, eles foram unânimes em dizer que foi o melhor ano das escolas. Administrando, contratando, gerindo, executando e liderando, à frente de tudo isso, está uma mulher. À frente da maior festa do povo brasileiro está uma mulher. Quando o país pára, ele se rende ao estilo e a determinação delas. Elas lideram com emoção, com jeito, com charme, com graça, com prazer, com paciência, com bom gosto, com sorriso, com inteligência, com paixão, com competência, com carisma e com aquela coisa que só mulher tem, e que nós homens não sabemos nem dizer o que é.

Parabéns mulher. Você é digna e merecedora de ser chamada de campeã. Você é nota 10!

Sobre o autor

wagner

Há 15 anos atua como treinador de equipes desenvolvendo palestras e treinamentos personalizados nas áreas de relacionamentos inter e intrapessoal, motivação com ênfase em metas, técnicas de vendas, liderança e marketing multinível.

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